De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, Patient Blood Management (PBM) é uma abordagem sistemática, centrada no paciente e baseada em evidências, que tem por objetivo melhorar sua evolução através do manejo e preservação do sangue, promovendo sua segurança e empoderamento.
Abrange aspectos que envolvem a tomada de decisão de transfundir e inclui indicações apropriadas de transfusão, minimização da perda de sangue e otimização da massa eritrocitária do paciente. O emprego de seus conceitos permite a redução de exposições desnecessárias a produtos sanguíneos, complicações e mortalidade.
No documento The urgent need to implement patient blood management: policy brief, a OMS alerta sobre a urgência de implementar PBM em todo o mundo e chama a atenção para a necessidade de que isso seja feito o mais rapidamente possível.
O PBM propõe uma abordagem centrada no paciente para melhorar resultados clínicos através do uso seguro e racional de sangue, minimizando a exposição desnecessária aos produtos sanguíneos. Elementos essenciais nesse manuseio incluem a prevenção de condições que podem tornar a necessidade de transfundir inevitável, através da promoção da saúde e identificação precoce das condições que porventura possam resultar na necessidade de transfusão, seu diagnóstico e tratamento corretos. Isso inclui boas práticas cirúrgicas, técnicas anestésicas que minimizem a perda sanguínea e o uso de métodos de conservação do sangue.
O PBM envolve muitas especialidades e não é restrito ao serviço de transfusão. O Comitê Transfusional Intra-hospitalar (CTH) é fundamental na implantação de suas ações e permite a interação de todos os envolvidos no cuidado do paciente. É a partir do CTH que o PBM surge e se fortalece dentro da instituição.
Diagnóstico e tratamento precoces e corretos das anemias carenciais e associadas à doença renal crônica, com reposição de ferro, vitaminas e eritropoetina.
Avaliação pré-cirúrgica personalizada baseada na história pessoal e familiar e risco hemorrágico do procedimento.
Abordagem individualizada de pacientes em uso de anticoagulantes e antiplaquetários.
Redução da coleta de amostras para exames laboratoriais
Utilização de medidas físicas para redução do sangramento, como torniquetes, faixas, compressas hemostáticas e pressão
Utilização precoce de ácido tranexâmico em pacientes politraumatizados, mulheres com hemorragia pós-parto e em cirurgias com grande potencial de sangramento
Utilização de métodos de recuperação intraoperatória de sangue e hemodiluição normovolêmica.
Estimativa da tolerância do paciente à anemia, considerando os mecanismos fisiológicos de adaptação à anemia.
Melhora da função cardiopulmonar, ventilação e oxigenação durante procedimentos cirúrgicos e no pós-operatório.
Transfusão baseada em critérios objetivos, evitando indicações subjetivas e uso de gatilhos transfusionais à despeito da avaliação clínica do paciente.
O conteúdo deste site corresponde ao Manual de Uso Racional de Sangue
DIRT GER 03
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará – HEMOCE
2ª Revisão (08/04/2022).
Elaborado por: Luciana Carlos Revisado por: Luany Mesquita Aprovado por: Denise Brunetta
©2019 – 2022. Todos os direitos reservados.