Quadro clínico: presença de febre (temperatura ≥38ºC) com aumento de pelo menos 1°C em relação ao valor pré-transfusional, associado a tremores e calafrios, durante a transfusão ou até quatro horas após, na ausência de outras causas tais como contaminação bacteriana,
reação hemolítica ou outra condição subjacente. Podem ocorrer náuseas, vômitos e cefaleia. Os sintomas podem ceder espontaneamente. A RFNH é SEMPRE um diagnóstico de exclusão.
Incidência: 0,1 a 1% das transfusões ao se utilizar hemocomponentes leucorreduzidos. A frequência é maior com utilização de hemocomponentes não modificados.
Etiologia: Anticorpos no paciente contra antígenos HLA, de neutrófilos e plaquetas presentes no hemocomponente estão implicados no desenvolvimento do quadro de febre, tremores e calafrio. Outro mecanismo é a presença de citocinas acumuladas durante o armazenamento podem ser responsáveis pela reação, principalmente após transfusão de plaquetas.
Apresentação: Febre, calafrios, tremores, cefaleia, vômitos, mal-estar. Diagnóstico: Exclusão de reação hemolítica transfusional e contaminação bacteriana.
Abordagem terapêutica: Antitérmicos (se febre) e meperidina (se tremores intensos – cuidado com pacientes com drive respiratório reduzido). Lembre-se que o mesmo cuidado básico de toda reação imediata deve ser tomado, porque a febre pode ser indicativo de uma reação mais grave!
Profilaxia: Leucorredução dos hemocomponentes.
Quadro clínico: presença de febre (temperatura ≥38°C) com aumento de pelo menos 2°C em relação ao valor pré-transfusional durante a transfusão ou até 24 horas após, sem evidência de infecção prévia. É comum a ocorrência de tremores, calafrios, hipotensão, arterial, taquicardia, dispneia, náusea, vômitos, choque.
Incidência: 1:3.000 transfusões, sendo mais frequente em concentrados de plaquetas.
Etiologia: Presença de bactérias no hemocomponente transfundido.
Apresentação: Febre (temperatura ≥38°C) com aumento de pelo menos 2°C em relação ao valor pré-transfusional durante a transfusão ou até 24 horas após, calafrios, tremores, cefaleia, vômitos, mal-estar e hipotensão.
Diagnóstico: Avaliação do gram e cultura do componente; hemocultura do paciente com presença do mesmo microrganismo no hemocomponente transfundido ou em outro hemocomponente proveniente da mesma doação (co-componente); exclusão de reação hemolítica transfusional
Abordagem terapêutica: Antibióticos de largo espectro (com ajuste após resultado da cultura). Monitorizar e dar suporte às complicações (choque, coagulação intravascular disseminada e insuficiência renal).
Profilaxia: Cuidados na coleta e na manipulação dos componentes e realização de cultura rotineira, particularmente dos concentrados de plaquetas.
Fonte:
1. Manual Técnico da AABB, 2020.
2. Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância: Guia para a Hemovigilância no Brasil. ANVISA, 2015.
Quadro clínico: caracteriza-se por hemólise, durante a transfusão ou até 24 horas após, com ou sem sintomas clínicos
significativos, sem evidência de causa imunológica associada à presença de hemoglobina livre no plasma (hemoglobinemia) e/ou na urina (hemoglobinúria).
Incidência: Rara.
Etiologia: Destruição físico-químico das hemácias (aquecimento, congelamento, adição de drogas e soluções no hemocomponente ou na mesma via de infusão, pressão excessiva, utilização de componentes após o prazo de validade).
Apresentação: Quadro clínico semelhante à hemólise imune, se grave. Pode se apresentar apenas com hemoglobinemia e hemoglobinúria.
Diagnóstico: Descartar hemólise imune (teste direto de antiglobulina (Coombs direto negativo), realização novamente dos testes pré-transfusionais com amostras pré e pós-transfusional, confirmando a ausência de causa imune) e confirmar hemólise (inspeção visual da amostra pós transfusional e percentagem de hemólise no componente).
Abordagem terapêutica: Suporte respiratório e hemodinâmico. Manter diurese acima de 1mL/kg/h, com hidratação e furosemida.Profilaxia: Identificar e eliminar causa da hemólise. O concentrado de hemácias deve ser armazenado em câmara de conservação, específica para esse fim, com temperatura controlada, homogênea e validada entre 2 e 6°C.
Fonte:
1. Manual Técnico da AABB, 2020.
2. Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância: Guia para a Hemovigilância no Brasil. ANVISA, 2015.